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Medo
Medo

De que tens medo?

Medo do escuro, medo da falha, medo da saia que roda perto de ti, com perfume cheiroso, corpo vaidoso, de bela figura que pode te envolver, te levar num segundo, até outro mundo, e nele em um segudo fazer-se perder.

Perder-se do rumo, da alma do corpo, que sem um escopo, não podes voltar a forjar o que há de belo em ti.

Se tornar raivoso, de todo rancoroso, com ciúme e frustrado, porque ao seu lado, não vivi por ti.

Pudera eu saber, que coisas passaram sem, se perceber.

Visão sem futuro, dar socos no muro para se entorpecer.

Não faz mais sentido, se tapam-lhe o ouvido, e todos sentidos, para que não possa ver.

O que está bem claro, mas nunca declaro, para não te perder.

Encontraste seu mundo, e em meio ao tumulto, me envolveste de culpa para se desprender.

Preferiste este meio, a fazer-me entender, que precisavas de outro mundo para sobreviver.

Se tivesse me dito, e falasse sem grito, que o que te prendia era o amor por você,

Te libertaria, se encontrar deixaria, e tudo estaria como devia ser.

Com amor e respeito, daríamos um jeito de sobreviver.

Mas faltou-nos conversa, e com muita pressa, decidiu e partiu.

Não ouviu suas preces, jogou-lhe nada que preste, e saiu a sorrir.

A sorrir de uma vida batalhada e sofrida, que com muita ferida acolheu seu amor.

Construiu sua vida, colocou-te no prumo, junto com suas filhas.

Com este leito formado, tudo bem formatado o abandonou.

De que tens medo?

Que eu lhe arranque a verdade, que desnude na praia, o que me aprontou

Que roubastes minha vida, me isolaste das filhas, e com meias verdades, desfrutastes com outros o que eu construí.

Se este for o seu medo, não se esconda de mim.

Porque fui seu amante, companheiro galante, que falhou, mas lhe serviu.

 

Fábio Puglisi